5. As bases do pensamento moderno


Introdução

Na Idade Moderna, houve continuidades e transformações em relação à era medieval, afetando cultura, economia, política e sociedade. Este capítulo aborda a comparação entre o pensamento da Idade Moderna e a filosofia medieval, destacando a influência da ciência na concepção da subjetividade, das relações com a natureza e do mundo, além de analisar a relação dos Estados Nacionais com o mercantilismo.

1. A filosofia na Idade Moderna.

Na Idade Moderna, surgiram novas visões de mundo e valores que influenciaram a cultura, transformando a compreensão das relações humanas com a natureza e a sociedade. O humanismo, um movimento marcante desse período, promoveu a atualização dos estudos universitários, incluindo disciplinas como filosofia, história, matemática e retórica. Os humanistas buscaram revigorar a cultura medieval, desafiando a hegemonia da Igreja Católica e promovendo uma visão centrada no ser humano, valorizando sua capacidade de ação e liberdade. Isso contribuiu para o desenvolvimento do antropocentrismo, que enfatiza a importância do indivíduo.

Os humanistas também desempenharam um papel crucial na consolidação das línguas nacionais e no estudo histórico das novas sociedades urbanas e dos Estados monárquicos, contribuindo para a formação dos Estados-nações modernos. Suas atividades críticas e sua ênfase na transformação das tradições e dos costumes entraram em conflito com o pensamento medieval, caracterizado pela estabilidade e preocupação com o transcendental, promovido pela Igreja Católica. A reação da Igreja à filosofia humanista foi severa, resultando em perseguições e punições para muitos dos seus representantes.

2. A ciência na Idade Moderna.

Na Idade Moderna, a ciência desempenhou um papel fundamental na transformação das explicações sobre fenômenos naturais. Durante a Idade Média, as interpretações eram predominantemente baseadas na fé e na providência divina, com um conhecimento especulativo e dogmático. No entanto, na Idade Moderna, a ciência passou a enfatizar a experimentação, promovendo a laicização, racionalidade e secularização do conhecimento.

A característica mais marcante da ciência moderna foi a introdução do método hipotético-dedutivo, que envolve a formulação de hipóteses para solucionar problemas e a dedução de consequências experimentais controláveis publicamente.

Isso resultou na criação de instituições como academias e laboratórios, fortalecendo a autonomia da ciência em relação à religião.

Figuras como Copérnico e Galileu desafiaram a visão geocêntrica da Terra, contrariando os ensinamentos da Igreja Católica. Isso levou a uma reavaliação profunda da cultura medieval, com perguntas sobre a existência de vida em outros planetas e o impacto na interpretação bíblica.

A revolução científica também desencadeou mudanças na relação entre o homem e a natureza, objetivando o mundo e destacando a capacidade humana de compreensão e transformação. Galileu Galilei foi um importante defensor da experimentação como forma de compreender a realidade, enquanto René Descartes estabeleceu a necessidade de uma ciência baseada em fundamentos matemáticos e indubitáveis.

Em resumo, a Idade Moderna viu a ascensão da ciência como uma força transformadora, promovendo o uso do método científico e desafiando concepções religiosas e medievais do mundo. Isso resultou em uma nova perspectiva baseada na razão, autonomia e responsabilidade individual na busca pelo conhecimento.

3. Os Estados Nacionais e o mercantilismo.

Durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, ocorreram transformações significativas que levaram à formação dos Estados Modernos e ao desenvolvimento do mercantilismo. Essas mudanças afetaram diversos aspectos da sociedade.

Uma série de fatores, como o surgimento do sistema bancário, as grandes navegações, o desenvolvimento das cidades e a perda de poder da Igreja, contribuíram para uma nova mentalidade na qual o homem passou a acreditar mais em si mesmo e a focar mais em seus semelhantes e no ambiente ao seu redor. Esse processo de mudança foi acompanhado pelo fortalecimento do poder real, com monarcas apoiados pela burguesia, que via neles uma forma de proteger seus mercados e interesses.

O mercantilismo, uma filosofia econômica que promovia o máximo lucro por meio do aumento da produção e do comércio, desempenhou um papel importante nesse período. Os governos mercantilistas adotaram políticas que incentivavam a exportação de produtos manufaturados, proibiam a exportação de matérias-primas e capitais necessários à indústria nacional, limitavam a importação de produtos estrangeiros, entre outras medidas. O acúmulo de metais preciosos era visto como uma medida de riqueza.

Essa época também marcou o início da competição entre as nações europeias pela expansão colonial, resultando na busca por novos mercados e fontes de matérias-primas. A relação entre os Estados Nacionais e a burguesia se fortaleceu, pois as casas comerciais burguesas desempenharam um papel crucial na gestão do Estado, que passou a ser visto como uma vasta empresa. O Estado moderno, portanto, evoluiu para uma entidade que controlava não apenas o governo, mas também a economia.

Essas mudanças contribuíram para a formação dos Estados Modernos, com monarcas exercendo poderes mais amplos, unificação de moedas e impostos, e o estabelecimento de mercados nacionais. Além disso, o mercantilismo desempenhou um papel fundamental na acumulação de capitais necessária para a ascensão do capitalismo como o modo de produção dominante.

Em resumo, a transição da Idade Média para a Idade Moderna envolveu mudanças culturais, econômicas e políticas que levaram à formação dos Estados Modernos e ao desenvolvimento do mercantilismo como uma filosofia econômica dominante na época.

Conclusão.

Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, o mundo experimentou uma série de mudanças significativas que moldaram profundamente a cultura, a economia, a política e a sociedade. O capítulo analisou a comparação entre o pensamento da Idade Moderna e a filosofia medieval, ressaltando a influência da ciência na forma como as pessoas compreendiam a subjetividade, as relações com a natureza e o mundo. Também foi examinada a relação dos Estados Nacionais com o mercantilismo, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento dos novos Estados Modernos.

A filosofia da Idade Moderna foi marcada pelo surgimento de novas visões de mundo e valores que promoveram uma cultura centrada no ser humano. O humanismo desafiou a hegemonia da Igreja Católica, promovendo uma visão que valorizava a capacidade individual de ação e liberdade, contribuindo para o desenvolvimento do antropocentrismo. Os humanistas também tiveram um papel fundamental na formação dos Estados-nações modernos, consolidando línguas nacionais e promovendo uma abordagem crítica das tradições medievais.

A ciência desempenhou um papel crucial na transformação das explicações sobre fenômenos naturais durante a Idade Moderna. O método hipotético-dedutivo tornou-se uma característica marcante da ciência moderna, enfatizando a experimentação e a busca por soluções baseadas em evidências observáveis. Isso resultou em uma separação mais clara entre a ciência e a fé religiosa, levando a uma nova perspectiva de conhecimento baseada na razão e na autonomia.

A formação dos Estados Modernos foi impulsionada por uma série de transformações econômicas, incluindo o desenvolvimento do sistema bancário e das grandes navegações. O mercantilismo, uma filosofia econômica que buscava o máximo lucro por meio do aumento da produção e do comércio, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Os Estados modernos promoveram políticas que incentivavam a exportação de produtos manufaturados e limitavam a importação de produtos estrangeiros. Além disso, a competição por territórios coloniais contribuiu para o fortalecimento dos Estados.

Em resumo, a transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada por uma série de mudanças que afetaram profundamente a cultura, a ciência, a política e a economia. Essas mudanças moldaram a forma como as pessoas viam a si mesmas, o mundo ao seu redor e o papel dos Estados, estabelecendo as bases para o mundo moderno que conhecemos hoje.

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