Introdução.
Neste capítulo, exploraremos o pensamento de teóricos do Absolutismo, incluindo Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Jean Bodin. Eles contribuíram com reflexões sobre política e poder, proporcionando justificativas filosóficas para as monarquias absolutas e suas políticas econômicas e sociais. É importante compreender o contexto histórico e cultural que influenciou esses autores e suas respostas aos desafios de suas épocas.
1. Os teóricos do absolutismo.
Os teóricos do Absolutismo foram pensadores que analisaram a centralização do poder monárquico na Europa entre os séculos XVI e XVII. Isso ocorreu com a unificação dos Estados nacionais, o fortalecimento das monarquias, a criação de burocracias e conflitos políticos internos.
Essa forma de governo, chamada de Absolutismo, envolveu a concentração do poder nas mãos do monarca, transmitido hereditariamente. Surgiu em um contexto de conflitos entre nobreza, burguesia e a Igreja Católica. Foi uma resposta às demandas econômicas, políticas e sociais desse período.
Os teóricos do Absolutismo dividiam-se em duas correntes principais: os jusnaturalistas, que baseavam o poder do monarca em leis universais e contratos sociais, e os que argumentavam que o poder do rei era de origem divina.
Essas obras precisam ser compreendidas considerando não apenas seus textos e contextos de produção, mas também o vocabulário político da época. Elas refletiram uma profunda discussão sobre o poder, a política e a soberania. Algumas delas buscaram legitimar o poder do soberano com fundamentos religiosos, enquanto outras se basearam em argumentos racionais e lógicos, afastando a moral da política.
As mudanças na cultura, economia, política e sociedade da época levaram a uma percepção de que a sociedade não podia mais ser explicada por noções de dinastia ou sangue, e os conflitos entre diferentes grupos sociais questionaram a ideia de uma comunidade cristã unida e indivisível.
Em resumo, os teóricos do Absolutismo foram influentes na moldagem do poder monárquico centralizado na Europa, abordando questões sobre a origem do poder, o papel do monarca e as mudanças culturais e sociais de sua época. Entre esses pensadores estão Maquiavel, Hobbes, Bodin e Bossuet, cada um com sua abordagem específica sobre o poder e a política.
2. Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes.
Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes, embora tenham vivido em épocas e lugares diferentes, compartilharam preocupações semelhantes sobre o Estado como solucionador dos conflitos políticos. Maquiavel abordou a necessidade de evitar facções políticas, enquanto Hobbes enfocou a guerra de todos contra todos.
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença em 1469, em um período de divisão na Península Itálica. Ele enfrentou disputas políticas, foi impedido de ocupar cargos públicos e escreveu sua obra mais conhecida, "O Príncipe," entre 1512 e 1513. Maquiavel inovou ao abordar a política com base na experiência real de seu tempo, não considerando um fundamento exterior à política e enfatizando a tomada e manutenção do poder.
Thomas Hobbes, por sua vez, partiu da ideia de um "Estado de natureza" em que as pessoas viviam em guerra constante. Ele propôs um "contrato social" em que os indivíduos renunciavam à liberdade natural em troca de um Estado que garantisse a ordem. Hobbes defendia a necessidade de um soberano absoluto para garantir a paz e a segurança. Sua teoria influenciou a concepção do Estado como representante da vontade popular na Ilustração.
Em resumo, tanto Maquiavel quanto Hobbes abordaram questões políticas essenciais, destacando a importância do Estado na gestão de conflitos e na manutenção da ordem, cada um com suas abordagens distintas.
3. Jacques Bossuet e Jean Bodin.
Jacques Bossuet e Jean Bodin foram teóricos do Absolutismo com influências religiosas. Bossuet, um religioso francês, defendia o poder absoluto dos reis como um direito divino e condenava qualquer resistência dos súditos. Suas reflexões foram moldadas por eventos políticos reais, como a Fronda na França.
Jean Bodin, por sua vez, foi um jurista francês que sistematizou o conceito de soberania. Ele argumentava que o Estado deveria ter um poder soberano capaz de resolver todos os conflitos e que esse poder era concedido por Deus ao monarca. Bodin também defendia a monarquia como a melhor forma de governo para exercer a soberania, baseando-se em razões históricas e religiosas.
Ambos os teóricos contribuíram para a fundamentação teórica do Absolutismo, destacando a importância da autoridade divina na legitimação do poder dos reis e na centralização do governo.
Conclusão.
Em conclusão, os teóricos do Absolutismo desempenharam um papel significativo na formulação das bases filosóficas e políticas das monarquias absolutas na Europa dos séculos XVI e XVII. Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes abordaram a questão do Estado como um árbitro dos conflitos políticos, com Maquiavel enfatizando a necessidade de pragmatismo político e Hobbes propondo um contrato social para evitar a guerra de todos contra todos.
Por outro lado, Jacques Bossuet e Jean Bodin basearam suas reflexões na autoridade divina, defendendo o poder dos reis como um direito concedido por Deus. Bossuet destacou a ilegitimidade da resistência dos súditos, enquanto Bodin sistematizou o conceito de soberania, enfatizando a importância da centralização do poder monárquico.
Esses teóricos forneceram justificativas ideológicas para a concentração do poder nas mãos dos monarcas, muitas vezes em contraste com as crescentes demandas por limitações ao poder real. Suas obras refletem o contexto histórico, político e social de suas épocas e continuam a ser estudadas como parte fundamental da evolução das teorias políticas e da compreensão do Absolutismo na Europa.
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