Introdução
Durante o século XVI, a monarquia inglesa se fortaleceu apesar dos conflitos religiosos e das questões com o parlamento. No entanto, no século XVII, os conflitos entre o rei e o parlamento se intensificaram, especialmente em relação à economia mercantilista e à falta de representatividade dos proletários. Isso levou à Guerra Civil em 1640 e à Revolução Gloriosa de 1688, que marcou o fim do Absolutismo inglês e impulsionou a Revolução Industrial. Neste capítulo, exploraremos como o crescimento do poder da burguesia inglês se relaciona com o enfraquecimento do poder do rei, examinando as fases do processo revolucionário e as dinastias envolvidas no século XVII.
1. O crescimento do poder da burguesia e o enfraquecimento do antigo regime.
No século XVII, a Inglaterra passou por mudanças significativas. Na região norte e oeste, prevaleceu uma estrutura agrária feudal, com a nobreza tradicional. No sul e leste, houve uma agricultura capitalista, enquanto nas cidades, a burguesia comercial e o proletariado dominavam.
A posse de terras era crucial para o status e poder social, levando a burguesia a adquirir terras. A nobreza também adotou mentalidade empresarial, tornando a terra uma mercadoria. A luta política ocorreu entre o rei, com pretensões absolutistas, e o parlamento, visto como representante da nobreza. A Petição de Direitos de 1628 limitou os poderes do rei, levando ao fechamento do parlamento. Em 1640, o parlamento forçou a convocação e aprovou medidas que desagradaram o rei, desencadeando as revoluções inglesas.
2. As revoluções inglesas.
As revoluções inglesas foram um conjunto de eventos resultantes do conflito entre estruturas feudais e forças capitalistas na Inglaterra no século XVII. Isso a torna a primeira revolução burguesa da Europa Ocidental, antecipando a Revolução Francesa em 150 anos.
Durante a Guerra Civil, a burguesia apoiou Carlos I, enquanto outros burgueses buscavam mudanças, temendo a radicalização das camadas mais baixas da sociedade. A aliança entre a burguesia e proprietários rurais permitiu o controle das propostas radicais, resultando na abolição das instituições feudais.
As revoluções inglesas compreenderam quatro momentos principais:
Guerra Civil ou Revolução Puritana (1642-1648): Burgueses e camponeses lutaram contra a monarquia absolutista.
República de Cromwell (1649-1658): Cromwell suprimiu estruturas feudais, fortaleceu a Inglaterra como potência marítima e colonial e estabeleceu uma ditadura.
Restauração Monárquica (1660-1688): A monarquia dos Stuarts foi restaurada, mas houve crescente descontentamento devido ao autoritarismo e inclinação para o catolicismo.
Revolução Gloriosa (1688-1689): Guilherme de Orange assumiu o trono, respeitando os poderes do parlamento, e assinou a Declaração de Direitos, estabelecendo uma monarquia limitada.
Essas revoluções deixaram um legado de tolerância religiosa, limitação do poder real pelo parlamento, uma política baseada no consentimento da sociedade e a consolidação da aliança entre a burguesia e a nobreza latifundiária, impulsionando o desenvolvimento econômico e a Revolução Industrial na Inglaterra.
3. As dinastias envolvidas no conflito e seus interesses.
As dinastias envolvidas nas revoluções inglesas do século XVII têm raízes em conflitos históricos, sendo a dinastia Tudor uma influência significativa até 1603. A dinastia Tudor consolidou o Absolutismo na Inglaterra, mas também atendeu a demandas burguesas, como centralização do poder e unificação de moedas e tarifas.
A ascensão da dinastia Stuart em 1603 marcou uma divisão social mais clara em classes, com confrontos entre a monarquia e o parlamento, dominado pela burguesia puritana. Os Stuarts tentaram consolidar o poder absoluto, mas também buscaram alianças com a aristocracia católica, o que aprofundou a divisão.
O parlamento inglês se diferenciou das instituições semelhantes na Europa Ocidental por sua unidade territorial e sistema de duas Câmaras, dos Lordes e dos Comuns.
Apesar das tentativas de consolidar o Absolutismo, o Absolutismo inglês fracassou devido à sua faceta reacionária e bloqueadora das novas forças econômicas e sociais. Isso levou a sérios conflitos entre o rei e o parlamento, culminando nas revoluções inglesas.
Conclusão.
Em resumo, no século XVII, as revoluções inglesas marcaram o declínio do Absolutismo e o fortalecimento da burguesia, impulsionando a Revolução Industrial. As dinastias Tudor e Stuart desempenharam papéis cruciais nesse processo. A luta política entre o rei e o parlamento, representando diferentes interesses sociais, resultou em uma série de eventos, incluindo a Guerra Civil, a República de Cromwell, a Restauração Monárquica e a Revolução Gloriosa. Essas revoluções estabeleceram um sistema político mais representativo, tolerância religiosa e uma aliança entre a burguesia e a nobreza, moldando o futuro da Inglaterra e seu desenvolvimento econômico.
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