A relação entre o Estado e a economia global atravessou mudanças significativas ao longo do tempo, desde o papel vital pós-Grande Depressão até a crise e reforma durante a era da globalização. A crise do Estado nas décadas de 1970 e 1980 levou a transformações drásticas na intervenção estatal e no funcionamento dos mercados, moldando o cenário econômico mundial.
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A relação entre o Estado e a economia global tem sido dinâmica ao longo da história. Após a Grande Depressão de 1929, o Estado assumiu um papel crucial na promoção do desenvolvimento econômico e na correção das distorções do mercado. No entanto, a partir dos anos 70, devido ao crescimento distorcido e à globalização, o Estado entrou em crise, impactando o crescimento econômico e aumentando o desemprego.
A crise do Estado manifestou-se como uma crise fiscal, esgotamento das estratégias de intervenção e necessidade de reforma administrativa. A resposta foi a busca por uma abordagem radicalmente nova, identificando a intervenção do Estado como a causa do mal-estar nas sociedades ocidentais. Isso levou à defesa da restrição do Estado e à promoção da livre operação dos mercados.
Na década de 1980, a crise do setor público tornou-se um problema global, com déficits e dívidas crescentes em muitos governos. A ascensão de governos conservadores em países estratégicos fortaleceu a visão neoliberal de reduzir o gigantismo estatal e os gastos excessivos. Isso resultou em uma redução significativa nas taxas de crescimento e no colapso de regimes estatistas em várias partes do mundo.
A crise impulsionou reformas em países da América Latina, Leste Europeu e Ásia, levando a um Estado mais enxuto, focado na promoção da competitividade internacional. No Brasil, o desenvolvimentismo prevaleceu de 1930 a 1980, mas a crise na década de 1980 levou à adoção de políticas liberais, como privatizações, desregulamentações e redução do papel do Estado na economia.
A reforma do Estado brasileiro começou com o governo de Fernando Henrique Cardoso em 1990. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado, lançado em 1995, propôs uma administração pública gerencial, buscando ajuste fiscal, reformas econômicas orientadas para o mercado, reforma da previdência social, inovação nos serviços sociais e reforma do aparelho estatal. A reforma enfatizou a institucionalização, racionalização, flexibilização, publicização e desestatização como diretrizes principais, buscando uma administração pública mais eficiente, transparente e responsiva às necessidades dos cidadãos.
Conclusão
A evolução da relação entre Estado e economia global, marcada por reformas radicais em resposta à crise, ilustra a adaptabilidade das estruturas governamentais. As mudanças no Brasil, incluindo privatizações e reformas gerenciais, exemplificam a busca por uma administração pública ágil e responsiva. Esta história complexa reflete a constante necessidade de ajuste e inovação nas políticas econômicas e na gestão estatal diante de um cenário global dinâmico.
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