Metodologia do Ensino de História - 13 Novas linguagens no ensino de História: ressignificando os saberes escolares


 Introdução

A utilização de novas linguagens no ensino de História representa uma resposta necessária aos desafios da sociedade da informação e da revolução digital. A diversidade de linguagens, como imagens, músicas e filmes, não apenas cativa os alunos, mas também enriquece a construção do conhecimento histórico. No entanto, a implementação efetiva dessas práticas inovadoras demanda preparo e planejamento adequado por parte dos educadores.

1 A importância da utilização de novas linguagens no ensino de História

A importância da utilização de novas linguagens no ensino de História é destacada como essencial para atrair e auxiliar na criação de conhecimento. Diante da "sociedade da informação" e da "revolução digital", as escolas enfrentam o desafio de transformar o modelo educacional, aproveitando os potenciais das tecnologias digitais. Apesar da persistência da aula expositiva, criticada por sua associação ao ensino tradicional, alguns professores ainda a utilizam devido à falta de recursos.

A prática educativa não deve ser deduzida apenas de conhecimentos científicos descontextualizados, mas deve se basear no bom julgamento, senso crítico e ético dos professores. Reconhece-se que diferentes modos de aprendizado existem, e o uso de novas linguagens, como imagens fotográficas, músicas ou filmes, é fundamental para estimular a percepção aguçada da aprendizagem. Trabalhar o assunto previamente, identificar-se com o tema proposto e mediar a realização de atividades com novas linguagens são aspectos essenciais para o sucesso dessas práticas inovadoras em sala de aula. O objetivo principal é envolver os alunos, despertar sua curiosidade e participação, tornando o uso de novas linguagens um instrumento fundamental para alcançar esse propósito.

2 Alternativas de ressignificar os saberes escolares

A discussão sobre a ressignificação de saberes escolares por meio de novas linguagens ganhou destaque no Brasil a partir dos anos 1980. O termo "novas" linguagens não é recente, como evidenciado por uma citação de 1989/1990 que abordava a substituição da linguagem oficial do livro didático por outras, como música, literatura, cinema e fotografia. No entanto, é crucial avaliar se essas novas linguagens estão sendo efetivamente aplicadas nas aulas de História e se estão contribuindo para a renovação do ensino.

A concepção de História deve ser repensada para construir relações significativas de ensino-aprendizagem. As "novas" linguagens referem-se a diversos produtos culturais presentes no cotidiano, como imagens, músicas, literatura, programas de televisão, filmes, desenhos animados, rádio, elementos da cultura material, patrimônio cultural, internet, jogos eletrônicos, entre outros. Essas linguagens são recursos didáticos que podem mobilizar e construir novos saberes.

Existe a necessidade de explorar essas linguagens de forma preparada, considerando os interesses dos alunos. A música, por exemplo, pode criar vínculos afetivos, enquanto atividades como análise de letras ou produção de paródias podem relacionar-se ao conteúdo trabalhado. O uso de filmes, teatro e outras práticas criativas também é destacado como estratégia para envolver os alunos, despertar a criatividade e promover o protagonismo escolar. A preparação prévia do professor é fundamental para que as atividades tenham significado para os alunos.

3 A necessidade de planejamento adequado para o uso de práticas inovadoras

O capítulo aborda a importância do uso de novas linguagens no ensino de História e a ressignificação de saberes. Destaca-se a necessidade crucial de um planejamento escolar adequado para alcançar os objetivos de cada atividade. O planejamento, assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, envolve a reflexão sobre metas, estratégias e ajustes às possibilidades reais, indo além de um simples preenchimento de formulários. São apresentadas três modalidades de planejamento inter-relacionadas: plano da escola, plano de ensino e plano de aula.

O planejamento da escola abrange aspectos pedagógicos e administrativos, refletindo a concepção pedagógica, o contexto e os objetivos educacionais. O planejamento curricular e o projeto de ensino-aprendizagem, mais próximos da prática docente, são essenciais para orientar o trabalho do professor. O texto destaca a diferença entre plano de ensino e plano de aula, sendo o primeiro abrangente, englobando todo o ano letivo, enquanto o segundo é diário. O plano de ensino, também chamado de programa da disciplina, orienta o trabalho docente ao longo do ano, fornecendo dados como ementa, objetivos, conteúdo programático, metodologia, avaliação e referências bibliográficas. Por sua vez, o plano de aula detalha as atividades e procedimentos específicos para cada aula, considerando tema, objetivos, etapas, metodologia, avaliação e referências bibliográficas. Ambos os planos devem ser pensados coletivamente, adaptados e revisados constantemente para atingir os objetivos propostos.

Conclusão

A ressignificação dos saberes escolares por meio de novas linguagens é um caminho promissor para a renovação do ensino de História. A variedade de recursos culturais disponíveis permite uma abordagem mais dinâmica e envolvente. Contudo, a inserção dessas práticas requer um planejamento cuidadoso, desde o nível escolar até o detalhamento das aulas. O comprometimento com um planejamento adequado é fundamental para alcançar os objetivos pedagógicos, promovendo não apenas a transmissão de informações, mas a construção crítica do conhecimento histórico pelos alunos.

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