A História, desde sua evolução do magistral ao científico, desempenha um papel crucial em lembrar o que a sociedade tenta esquecer, conforme enfatizado por Marc Bloch em "Apologia da História". No Brasil, a persistência da influência positivista, especialmente durante a Ditadura Civil-Militar de 1964-1985, silenciou vozes críticas, contribuindo para uma visão hierárquica da história brasileira. A Nova República trouxe avanços, mas desafios como a falta de recursos e a pressão por conteúdos tradicionais ameaçam o progresso recente no ensino de história no país.
1 História e criticidade
O livro "Apologia da História" de Marc Bloch, escrito durante o nazifascismo, destaca a função crucial da história em lembrar o que a sociedade tenta esquecer. Desde o século XVIII, a disciplina histórica evoluiu de uma abordagem magistral para uma visão mais científica, como exemplificado pelo modelo rankeano no século XIX. No Brasil, a influência positivista, marcada pelo culto a heróis, persistiu no ensino de história, sendo reforçada durante a Ditadura Civil-Militar de 1964-1985.
O Golpe de 1964 interrompeu avanços sociais e contribuiu para um retrocesso no ensino de história, silenciando vozes críticas. Durante a Ditadura, a integração do ensino de história com a geografia minou a criticidade, perpetuando uma visão hierárquica da história brasileira. Com a Nova República, surgiram movimentos sociais e educadores engajados em retomar lutas históricas e ampliar a compreensão da brasilidade, culminando na implementação de leis que enfatizam a diversidade e a cultura afro-brasileira no currículo escolar. No entanto, desafios como a falta de recursos, a pressão por conteúdos tradicionais e propostas de redução da carga horária representam ameaças às conquistas recentes no ensino de história no Brasil.
Conclusão
A abordagem entre "História" e "estória" destaca a fragilidade contemporânea diante do anticiência e fake news, agravada pela ambivalência da internet. No enfrentamento desse cenário, o ensino de história se depara com desafios significativos, incluindo o negacionismo e a fragmentação social. Além disso, ao explorar a interseção entre História e poder, observamos como as políticas educacionais refletem disputas de poder, marginalizando grupos e evidenciando o papel do poder na determinação da infraestrutura educacional. Recentemente, iniciativas como a Reforma do Ensino Médio e a PEC do Teto de Gastos ressaltam a imposição de princípios de mercado no ensino, questionando o compromisso com a educação e a equidade social no Brasil.
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