A Nova História Cultural (NHC), surgida no cenário historiográfico contemporâneo, representa uma abordagem inovadora que desafia as concepções tradicionais de compreensão da realidade histórica. Esta corrente tem suas raízes na História Cultural, que, por sua vez, evoluiu a partir das influências da Escola dos Annales. A NHC, emergindo no final da década de 1980, propõe uma análise mais profunda das mentalidades, sentimentos e suposições ao explorar as múltiplas dimensões da história cultural. Baseada em teóricos renomados como Bakhtin, Elias, Foucault e Bourdieu, a NHC se destaca pela flexibilidade de seu conceito de história cultural, que se adapta às transformações culturais ao longo do tempo.
1 O contexto de surgimento da Nova História Cultural
A Nova História Cultural (NHC) é uma abordagem historiográfica contemporânea que desafia a compreensão tradicional da realidade. Originada da História Cultural, a NHC possui raízes que remontam às fases de desenvolvimento dessa disciplina, divididas didaticamente em quatro etapas. A História Cultural foi influenciada pela Escola dos Annales, que inicialmente focava em aspectos sociais e econômicos, mas evoluiu para abranger temas culturais na terceira geração.
A NHC emergiu no final da década de 1980 como um novo paradigma de análise histórica, buscando explorar a história das mentalidades, sentimentos e suposições. Baseada em teóricos como Bakhtin, Elias, Foucault e Bourdieu, essa abordagem considera a cultura em constante transformação e se propõe a analisar as múltiplas dimensões da história cultural, desde as representações do homem até as condições sociais de produção e recepção dos objetos culturais. O conceito de história cultural é flexível e aberto, adaptando-se às constantes mudanças na cultura ao longo do tempo.
2 Prática e representação na Nova História Cultural
A Nova História Cultural (NHC) enfoca as noções de "práticas" e "representações", sendo essenciais para entender objetos e sujeitos culturais. Barros destaca a interação entre esses elementos, revelando os "modos de fazer" e "modos de ver". Ao exemplificar com a figura do mendigo, Barros destaca a mudança nas práticas e representações ao longo do tempo. Na Idade Média, o mendigo era visto como instrumento de salvação, enquanto, na Idade Moderna, a sociedade passou a excluí-lo, refletindo transformações sociais, como a transição para uma sociedade econômica. A NHC oferece uma abordagem dinâmica, analisando temas emergentes contextualizados ao longo do tempo, além de chamar atenção para o dinamismo cultural.
O exemplo do mendigo ilustra como práticas geram representações e vice-versa, sendo moldadas por motivações sociais. A NHC, ao observar temas relevantes para a sociedade como um todo, proporciona uma visão mais abrangente da história, afastando-se da narrativa centrada em heróis nacionais. Essa abordagem, iniciada nos anos 1980, baseia-se em teóricos como Bakhtin, Elias, Foucault e Bourdieu, adaptando-se à constante transformação cultural. Em suma, a NHC enriquece o estudo historiográfico ao considerar a complexidade das práticas e representações culturais ao longo do tempo.
3 Linhas de pesquisas contemporâneas da Nova História Cultural
A Nova História Cultural (NHC) representa um novo paradigma de pesquisa, sendo fundamentada por teóricos como Jürgen Habermas, Mikhail Bakhtin, Norbert Elias, Michel Foucault e Pierre Bourdieu. Cada teórico contribui com temas específicos, como a polifonia de Bakhtin, o processo civilizador de Elias, as descontinuidades culturais de Foucault e a reprodução cultural de Bourdieu. A NHC permite abordagens interdisciplinares, explorando temas emergentes, como a história das religiões, práticas culturais, representações, história da memória, cultura material e história do corpo.
As pesquisas da NHC são construídas de forma interdisciplinar, dialogando com sociologia, antropologia e filosofia. Os temas, muitas vezes, são revisitados em diferentes épocas para analisar alterações nas noções de prática ou representação. A abordagem da NHC se concentra em questões específicas de grupos em momentos particulares, permitindo uma compreensão mais profunda das relações e promovendo uma visão mais clara dos problemas e questionamentos da vida.
Conclusão
A Nova História Cultural, centrada nas noções de "práticas" e "representações", oferece uma visão dinâmica e interdisciplinar da história. Ao destacar a interação entre esses elementos, a NHC revela não apenas os "modos de fazer" e "modos de ver", mas também evidencia como práticas e representações são mutuamente moldadas por motivações sociais. A análise de temas emergentes contextualizados ao longo do tempo, como exemplificado pela evolução do papel do mendigo na sociedade, destaca a contribuição da NHC para uma compreensão mais abrangente da história. Com raízes em teóricos variados, a NHC continua a enriquecer a pesquisa historiográfica contemporânea, proporcionando uma abordagem mais complexa e contextualizada das práticas e representações culturais ao longo das eras.
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