História da América - 13 Crise colonial e origens da independência na América

 

Introdução

A história das Américas é marcada por transformações profundas, influenciadas por eventos que moldaram o curso das sociedades coloniais. Desde as Revoluções Atlânticas até a independência das colônias espanholas e o período joanino no Brasil, esses momentos foram cruciais na formação das identidades e estruturas políticas dessas regiões. Exploraremos a gênese do processo revolucionário, a crise do sistema colonial na América espanhola e o impacto do período joanino no contexto brasileiro.

1 Gênese do processo revolucionário: as revoluções atlânticas em análise histórica

O texto aborda as revoluções atlânticas, influenciadas pelas ideias da Revolução Francesa, que reverberaram em sociedades coloniais, especialmente na Ilha de São Domingos. Nesse contexto, a população escravizada lutou pela liberdade, influenciada pelos ideais de igualdade e fraternidade, resultando na independência do Haiti em 1791. O líder Toussaint L’Ouverture desafiou a elite colonial francesa, representando a concretização de uma república pós-colonial governada por ex-escravos.

Além disso, o texto explora a colonização espanhola na América, destacando a derrota dos impérios asteca, inca e maia. A incompreensão dos espanhóis em relação aos povos dominados foi crucial para essas vitórias. A administração colonial, dividida em capitanias gerais e vice-reinados, revela a estrutura política e administrativa imposta pela coroa espanhola, visando controle econômico e exploração das minas de ouro e prata.

O processo de conquista e colonização da América é contextualizado pela expansão ultramarina europeia, impulsionada pela busca de riquezas, especialmente ouro e prata, e pela crença no mito do El Dorado. Esse contexto moldou a dinâmica das relações entre colonizadores europeus e povos nativos, marcando o início da colonização na América.

2 A crise do sistema colonial na América espanhola

A crise do sistema colonial na América espanhola se estendeu do início do século XIX até o século XX, culminando na independência cubana em 1909. A Venezuela e o México são exemplos desse processo, marcado por conflitos prolongados. No século XIX, as desigualdades sociais na sociedade colonial espanhola, dividida entre chapetones, criollos, mestizos, indígenas e escravos, geraram descontentamento e divergências, especialmente nas capitanias gerais.

As tensões sociais entre a elite criolla e a coroa espanhola se intensificaram no final do século XVIII, quando a Espanha, administrada pela dinastia Bourbon, implementou reformas visando mais lucros e fortalecimento do domínio na América. O afrouxamento da vigilância colonial durante as Guerras Napoleônicas fortaleceu as elites criollas, levando à formação de juntas governativas e ao início do processo de autonomia política em relação à coroa.

A independência das colônias espanholas na América foi impulsionada pela insatisfação da elite criolla. Os líderes José de San Martín e Simón Bolívar, membros dessa elite, desempenharam papéis cruciais. Suas ações refletiam o sentimento de opressão em relação à coroa espanhola, e Bolívar, em particular, jurou não dar descanso até romper as correntes da opressão. A independência foi alcançada com vitórias significativas, como as batalhas de Boyacá, Carabobo, Junín e Ayacucho, culminando na criação de nações independentes na América espanhola.

3 O período joanino no Brasil

O período joanino no Brasil foi moldado pelo contexto global de revoluções nos séculos XVIII e XIX, como a Revolução Industrial na Inglaterra, a Revolução Americana e a Revolução Francesa. Influenciado pelas Guerras Napoleônicas na Europa, D. João VI, temendo a ameaça francesa, transferiu a corte portuguesa para o Brasil em 1807. A presença da família real no Brasil trouxe mudanças políticas e sociais, incluindo a abertura dos portos, o início de indústrias e tratados comerciais com a Inglaterra.

A transmigração da corte portuguesa para o Brasil teve efeitos profundos, alterando as relações de poder e resultando na elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815. A abertura dos portos e os tratados comerciais fortaleceram os laços econômicos com a Inglaterra. Após a derrota de Napoleão em 1815, D. João VI enfrentou pressões para retornar a Portugal, o que culminou na Revolução Liberal do Porto em 1820, pedindo seu retorno e a redução do Brasil à condição de colônia.

Diante dessas demandas, D. João VI retornou a Portugal, deixando seu filho, D. Pedro, no Brasil. No entanto, a elite brasileira resistiu à ideia de retroceder à condição de colônia, levando D. Pedro a proclamar a independência em 1822, consolidando-se com o "Dia do Fico". A independência do Brasil foi marcada por uma transição gradual, preservando a ordem social e econômica.

Conclusão

Ao analisar os eventos históricos abordados, é evidente que as Américas foram palcos de dinâmicas complexas e multifacetadas. As Revoluções Atlânticas refletiram a luta pela liberdade, enquanto a independência das colônias espanholas trouxe à tona as tensões sociais e a busca pela autonomia política. O período joanino no Brasil, inserido no contexto global das revoluções, marcou uma fase crucial na trajetória do país rumo à independência. Esses episódios não apenas transformaram as estruturas políticas, sociais e econômicas, mas também contribuíram para a construção das identidades nacionais que caracterizam as Américas contemporâneas.

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